domingo, 15 de julho de 2012

No consultório da dentista


Fui à dentista levar minha filha. Como a consulta poderia demorar e sabendo que as opções de “distração” em consultórios resumem-se a revistas de fofocas e TV, levei um livro e um fone de ouvido para ouvir música do meu celular. Na sala de espera não tinha muita gente. Apenas um homem e um casal com uma criança de aproximadamente 6 anos. Logo após o homem entrou para a consulta e ficou o casal e a filha. A mãe, folheava uma das revista do consultório e o pai brincava com a menina. Peguei meu livro e tentei ler. Tentei, mas não consegui avançar na leitura. Creio que o pai se esqueceu que estava num consultório. Pensava que estava na varanda da casa dele ou num parque de diversões. Faziam um barulho tão grande que não conseguia me concentrar na leitura. Obviamente, parei de ler. Tudo bem que crianças são inquietas, barulhentas mesmo. Particularmente, gosto muito de criança, mas acredito que respeitar o espaço dos outros é algo essencial. É algo que deve ser ensinado desde pequeno. E o pior não foi isso. Logo depois que a mãe e a criança entraram para ser atendidas, o pai pegou o seu celular, colocou para tocar uma música no volume máximo. Nem para eu ouvir uma música no fone de ouvido dava. Tudo bem que consultório não é biblioteca, que também não estava na minha casa. O mundo é barulhento, não tem jeito. Mas quando saio para o mundo, lembro-me de que ele é de todos, então não posso me comportar como se fosse só meu. Educação também está nas sutilezas do cotidiano, é se colocar no lugar do outro nas pequenas coisas, para que a nossa casa coletiva seja um lugar mais prazeroso de se morar.