segunda-feira, 16 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
No consultório da dentista
Fui à dentista levar
minha filha. Como a consulta poderia demorar e sabendo que as opções de “distração”
em consultórios resumem-se a revistas de fofocas e TV, levei um livro e um fone
de ouvido para ouvir música do meu celular. Na sala de espera não tinha muita gente. Apenas um homem e um casal
com uma criança de aproximadamente 6 anos. Logo após o homem entrou para a consulta e ficou o
casal e a filha. A mãe, folheava uma das revista do consultório e o pai
brincava com a menina. Peguei meu livro e tentei ler. Tentei, mas não consegui
avançar na leitura. Creio que o pai se esqueceu que estava num consultório.
Pensava que estava na varanda da casa dele ou num parque de diversões. Faziam um
barulho tão grande que não conseguia me concentrar na leitura. Obviamente, parei
de ler. Tudo bem que crianças são inquietas, barulhentas mesmo. Particularmente,
gosto muito de criança, mas acredito que respeitar o espaço dos outros é algo
essencial. É algo que deve ser ensinado desde pequeno. E o pior não foi isso.
Logo depois que a mãe e a criança entraram para ser atendidas, o pai pegou o
seu celular, colocou para tocar uma música no volume máximo. Nem para eu ouvir
uma música no fone de ouvido dava. Tudo bem que consultório não é biblioteca,
que também não estava na minha casa. O mundo é barulhento, não tem jeito. Mas
quando saio para o mundo, lembro-me de que ele é de todos, então não posso me
comportar como se fosse só meu. Educação também está nas sutilezas do
cotidiano, é se colocar no lugar do outro nas pequenas coisas, para que a
nossa casa coletiva seja um lugar mais prazeroso de se morar.
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